sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Futebol e mais nada: um time de poemas

Foto de Penna Prearo

Este blog é dedicado a José Nêumanne Pinto

domingo, 29 de julho de 2007

FUTEBOL E MAIS NADA - UM TIME DE POEMAS

Minha primeira paixão é o futebol.
Chico Buarque



APRESENTAÇÃO


É mais difícil deixar de amar um clube
do que uma mulher
.
Mário Filho

Poesia como catarse. Foi o que aconteceu quando escrevi o primeiro poema diante daquele gol brilhante do Petkovic, no jogo Vasco e Flamengo, no final do Campeonato Estadual de 2001, dando ao seu time o tricampeonato. De repente, tudo que eu sabia de futebol a vida inteira veio à tona e eu não era mais a mesma. Compreendi porque tantos choram e se amarguram “só” porque seu time perdeu o jogo. Aprendi a entender a expressão sofredora de um botafoguense, a empáfia quase séria de um flamenguista e a doçura sempre nova de um tricolor.
Tudo o mais em futebol é lenda. Quanto mais se fala, mais se tem a dizer e, assim, homens de todo tipo e estirpe, mesclam-se como um só ao assistir uma partida de futebol. Isso que é, ainda, um pouco difícil para grande parte das mulheres entenderem, tornou-se claro para mim e, a cada poema, inaugurei um novo tempo – passei a ser comum, como todos os mortais e a compreender algo que antes não entendia, porque não tentava entender com o coração.
Futebol é mais que arte. Se não fosse, não nos daria tanto, um nivelador de classes e espaços. Nenhum outro jogo consegue ser tão unânime entre os torcedores. Seja pelo que for, é único – bênção que faz renascer.
Concordando com Cláudio Lovato Filho, o que me aconteceu foi uma conversão.
Thereza Christina Rocque da Motta
Rio de Janeiro, 27 de abril de 2007


PRIMEIRO TEMPO



Se o goleiro for casado, deve dormir
com as duas, a bola e a mulher.

Neném Prancha


1
O TRI
Para Petkovic
(inspiração de futebol, de tanto aguentar flamenguista)

Há os que são Flamengo doente.
Eu sou Fluminense saudável.

Millôr Fernandes

Nunca vi gol mais lindo.
Matematicamente perfeito.
Ideologicamente exato.
Cosmologicamente calculado.
Se não foi Deus quem fez
as parábolas,
não acredito mais em futebol.
Se não foi por isso que o Flamengo
foi tricampeão,
tudo perderá o sentido
e eu jamais saberei por que vivo.
Se eu não descobrir
por que meu coração
é feito de nuances,
serei pra sempre
serva de um amor
inexpugnável e belo,
pertencente à qualidade das ninfas,
mulheres de harém,
abelhas em colmeia,
que não sabem porque vivem,
mas apenas vivem,
amém.

30/05/2001 – 18h44



2
MÚLTIPLOS DE SI
Aos flamenguistas atentos

Fla-Flu não tem começo. O Fla-Flu não tem fim.
O Fla-Flu começou 40 minutos antes do Nada.
E, então, as multidões despertaram.

Nelson Rodrigues

Impressionante
que Flamengo consiga ser
campeão dobrado,
ao triplo burro,
às Quatro Estações,
quinteto de cordas,
pas-de-six,
em sétima dimensão,
oitavas acima,
Nona de Beethoven
e dez em tudo que faz.
Parabéns, duplicados a mil.
Beijos,
Thereza Christina (tricolor dupla)

12/07/2001 – 13h27



3
TEMPOS IMEMORIAIS
Uma coisa é uma coisa
e outra coisa é outra coisa.

Dario

Pra jogar é preciso entrar com bola e tudo.
Pra ser craque é preciso gostar de jogar.
Pra gostar de jogar é bom que se tenha
alguma ideia sobre o que fazer depois de ganhar.
Pra ganhar é unicamente preciso gostar.
Beijos a todos, flamenguistas, banguenses,
botafogueses, tricolores,
vascaínos, corintianos, sanpaulinos,
santistas, palmeirenses...
só pra mencionar alguns,
que futebol nunca foi meu forte...
(Eu fazia balé, enquanto meu irmão,
flamenguista, fazia judô.)
Anos 60 na cabeça.

13/07/2001 – 2h27



4
QUANDO ÉRAMOS CAMPEÕES
Aqui, quem é bom, tem que provar.
Sócrates

Éramos campeões quando não esperavam tanto de nós.
Quando o drible era invenção e não técnica,
a bicicleta, um passo de dança de um único jogador.
O futebol era em branco e preto
e a garganta era o visor de todos os ouvidos atentos.
Éramos campeões quando não acreditavam em nós.
Brasil tinha presidente Bossa-Nova
e o que existiu, até a Copa de 70,
foi apenas a vontade de ganhar.
Depois virou fausto.
Filigrana de campeão.
Deitaram-se nos louros
e hoje pastam sem o interesse
de quem espera tanto deles.
Veja só, agora são eles,
não somos mais nós...

27/07/2001 – 10h44



5
A METÁFORA DO HOMEM
O futebol repete a vida.
Tostão

Que fazem os jogadores
quando entram em campo?
Jogam.
Que fazem os torcedores
quando assistem um jogo?
Torcem.
E enquanto jogam e torcem,
sofrem.
Deve ser bom sofrer assim.
Por algo que não se conhece o final.
O previsível que não se prevê.
O gol que não acontece.
O choro de um, o desconsolo do outro.
Futebol deveria ser, por isso, eleito
a metáfora do homem.
Nenhum sofrimento se iguala,
nenhuma alegria o supera.
Somente a vida.

27/08/2001 – 9h50
(após a coluna Retrato dos Anjos, de Fernando Calazans, publicada no Caderno de Esportes, de O Globo, em 27/08/2001)



6
INFERNOS E OUTROS ASTRAIS
Para cada problemática, tenho uma solucionática.
Dario

Antes de mais nada, cuidado:
tem gente jogando praga
em vez de bola.
Tem time que está andando
na sombra do urubu.
Pra quem andou tanto tempo nas luzes,
perde as graças de ave
só pra não se pensar invencível.

Futebol foi feito pra sofredor.
Não há dor mais perfeita
do que descobrir depois
que era só um jogo.
Mas não um sonho.

1/09/2001 – 13h42



7
FALTAS
Driblar é dar aos pés astúcias de mão.
João Cabral de Melo Neto

O que falta é arte.
Falta algo que fica
entre a bola e o pé.
Falta olho, astúcia,
malícia, garra,
algo que vai além,
que gira em torno
do gramado,
do estádio,
das ruas à volta
de tudo.

Falta ar, gás,
respiração.
Fôlego, avanço.
Falta algo que está além
dos limites do jogo.

Tem que pôr
amor à camisa,
amor à dança,
amor.
Senão não vai ter
chance
que dê jeito.

Falta conhecer
o próprio rosto.

6/09/2001 – 7h23



8
O MELHOR JOGO
Para Antonio Maria Filho

Futebol não tem lógica.
Máxima popular

Ninguém me convence
que futebol não é bom.
Se não fosse,
já teriam parado de jogar.

O sobe-e-desce
do móbile futebolístico
é fascinante:
quem está em cima
nunca quer ficar embaixo.
Quem já brilhou,
de vez em quando,
precisa amargar
uma desclassificação.

Parece brincadeira,
mas não é.
Traça a fronteira
entre a vida e a morte,
cria amizades,
acaba com rixas,
revela segredos
e cala outros.

Futebol é insondável:
quanto mais se joga
mais se quer jogar.
Quanto mais se fala
menos se sabe,
e mais se torna absoluto.

Qualquer esporte faz isso?
Ilude assim?
Sacrifica assim?

Indevassável,
cruzamos os quadrantes
do campo de batalha
para enfrentar o amigo-inimigo
sem o qual
seria impossível
jogar.

24/09/2001 – 3h51



9
MARACANÃ
Para Chico Buarque e Pelé

O craque não tem explicação. Ele é.
Tostão

Mitos não se contestam:
vivem-se.
Vive Garrincha com suas pernas tortas.
Vivem os gols que ele não fez,
ao desistir no meio do campo.

Vivem os gritos de vitória
e os choros de derrota.
São emoções de campeões
num único dia.

Vivem jogadores e torcedores,
mesclados nessa sinfonia
de corpos e sons,
suores e medos.
Vivem pra ganhar.

Está ainda no Livro dos Recordes:
o maior público do mundo num jogo
que não queríamos ter visto.
Registrou-se a dor?

Sempre haverá
novos ídolos e novos mitos
no mesmo lugar.

Eis sua casa,
a do milésimo gol,
a dos tricampeonatos,
a dos tricolores,
rubro-negros,
alvinegros,
estrelas solitárias,
caravelas ao mar.

Viva a todos os heróis!

24/09/2001 – 4h22



10
TODOS OS TIMES
O conhecimento do Brasil passa pelo futebol.
José Lins do Rego

Tenho amigos de todos os times.
Mesmo os que não conheço.
Quando penso que futebol
vai do porteiro
ao presidente,
do ascensorista
ao dono do banco,
começo a acreditar
em igualdade no mundo.

Nessa hora não há diferenças.
O gol é pra todos.
A vaia também.

Ver tantos rostos aflitos
dá uma piedade indizível.
Dá dó ver tantos olhos
grudados na redondinha
esperando,
esperando,
o drible,
o escanteio,
a cobrança de falta,
o pênalti!

A linha de fundo,
corte transversal a sustentar
a trave do goleiro.
Meninos maluquinhos!

Tenho amigos de todos os times,
todas as cores de camisa,
todas as idades,
todo amantes do mesmo jogo.
Dá pra admirar mais um homem
quando ele assiste ao futebol.
Uma beleza plástica se instala,
como nos movimentos de dança
com a bola.
Tudo é o encanto de um instante.
Instante eternizado em mim.

26/09/2001 – 15h55 (Dia de Cosme e Damião)



11
TIRO DE META
Para Garrincha, a superfície de um lenço
era um latifúndio.

Armando Nogueira

Nem tudo em futebol é clichê.
Há muito mais que palavras soltas,
frases de efeito,
o esperado, o inesperado,
que mexe com a alma
e nos dá vontade de ver mais.
Por mais que vejamos o visto,
sempre esperamos que algo mais aconteça.
Meu pai, e como esperamos!

Os músculos, os passes,
a vida num relance,
quem viu, nunca esquece,
quem ouviu falar, repete.

O goleiro e o tiro de meta.
O “gol de placa” que ninguém filmou.
O silêncio no Maracanã.
A violência contida e inexplicável.
O ser humano olhando para si mesmo.

E tantos homens célebres
em torno do futebol:
Nelson, Saldanha,
Chico, Vinicius.

Queria que isso nunca acabasse,
que fosse adiante,
meus olhos vissem o que nunca viram,
Garrincha, Ademir da Guia...

Tudo em futebol se explica:
só não se explica
onde o homem termina.

26/09/2001 – 17h52



(Camisa) 12
OS GOLS
Nada me ensinou mais na vida
do que o fato de ter sido goleiro.

Albert Camus

Em futebol, tudo vira ícone:
Pelé e seu soco no ar,
Rivelino e sua patada atômica,
Zico e sua técnica impecável.
Gérson, Sócrates, Félix,
Carlos Alberto, Ronaldinho.

Pra que mais ídolos,
se os pés são de barro?
Mesmo assim, eles arrasam.
A emoção dos jogos,
a espera sem fim.

Só sei que Romário
faz todos os gols
que quer.
E o Vasco fica feliz.
E põe feliz nisso!

A glória só serve
pra quem também
sabe perdê-la.

Nem todos os dias
do mundo
nos dão um instante
da felicidade
de um gol.

4/10/2001 – 19h14

SEGUNDO TEMPO



Segundo tempo é sempre segundo tempo.

Comentário de futebol

13 (ou Zagallo)
DIA DE PENTACAMPEÃO
Para Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo e toda a Seleção da Copa do Mundo 2002

O escrete é a pátria em calções e chuteiras.
Nelson Rodrigues

Goooool!!!
O fim e o começo de tudo.
Onde brota a derrota,
principia a alegria.
Empate, pênalti,
cobrança de falta,
escanteio.
Ciladas da bola.

O jogo tem peripécias
que até Deus duvida.
A bola na trave,
o rebote,
o bico da chuteira.
Um toque mágico
feito de fragmentos de glória.

Não duvide da bola.
Se há tantos à sua volta,
ela deve valer ouro.

O que um dia foi dúvida,
hoje é certeza:
em futebol, só vale o gol!

1/07/2002 – 0h47 – Primeiro dia como Pentacampeões do Mundo



14
MANCHETE: ROMÁRIO FAZ DOIS GOLS
E FLU BATE O GRÊMIO (17/08/02)
Para o meu time e de Chico, Nelson, Afonso, Millôr, Mário, Jô...

Jogador tem que ser completo.
Como o pato, que é um
animal aquático e gramático.

Vicente Matheus

Mo-nu-men-to!

Aprendo que, com futebol,
tudo muda, oscila e vaga,
como onda, como nuvem,
e se percebe vário,
visionário.

Fluminense agora é
Romário!

18/08/2002 – 2h58



15
UM DESEJO
Eu me recuso a classificar Pelé como jogador.
Ele está acima de tudo.

Puskas

Se me fosse concedido
um desejo,
pediria para nascer
jogador de futebol.
Desde pequeno,
realizaria o sonho de menino
que pega a bola e sai
jogando por aí.
Tudo por um campinho,
um gol.
Os olhos brilhando
ao assistir a um jogo.
Ficaria estático, parado,
na emoção ininteligível
de estar ali diante da bola.
Por isso, quando crescem,
os meninos continuam jogando:
continuam meninos.

15/09/2002 – 14h44

Foto de Rômulo Fritscher

16
VIÇO
Nada é definitivo, principalmente em futebol.
Pedro Du Bois

Sem palavras,
iniciamos o jogo.
Tudo se transforma
em rostos, mãos, espera.
Por que somos diferentes
em nossas semelhanças?
Por que precisamos disputar
para nos conhecer?
Brincamos com a bola,
com o sentimento dos homens,
para desvendar o óbvio:
4 x 1
3 x 2
0 x 0.
Façam seu placar!

26/05/2003 – 17h48



17
SÓ PRA SABER
Sou muito feliz.
O que eu queria, já fiz,
que era brincar com a bola.
E brinco até hoje, graças a Deus.

Garrincha

Meu amigo não quer sofrer,
mas pergunta o resultado do jogo
pra conferir que não perdeu nada
ao deixar de assistir.
"Ainda bem", diz ele.
Mas o que é isso?

Futebol vive debaixo da pele,
como sangue correndo pelas veias,
o ar enchendo os pulmões,
coração batendo para nos dizer
que estamos vivos.

Futebol é um brilho de sol à meia-noite.
Só saber que ele existe,
já é tudo.

26/05/2003 – 17h58



18
VALEU!
Sabe de uma coisa? Eu não gosto de futebol,
gosto é do Botafogo.

Lúcio Rangel

É com garra, emoção e fé
que eles driblam a bola.
É com amor à camisa, ao time,
que se tornam campeões.
Quem chuta a bola,
sabe tudo o que vem
antes e depois do gol.
Zune,
passa o drible,
divide,
cabeceia.
Num só momento, uma vida.
Por isso nunca acaba.

26/05/2003 – 18h06



19
INCOMPARÁVEL
Para o Galinho de Quintino

O futebol caracteriza-se pelo prazer
da elasticidade, da surpresa, da retórica,
que lembra passos da dança e fintas de capoeira.

Gilberto Freyre

Não há nada igual.
Zico passa pela direita,
toca pra cima do zagueiro,
faz finta, dribla,
vence o adversário na raça,
ergue a cabeça
e, pelo canto do olho,
vê Sócrates correndo por trás,
chuta pro lado,
espera a bola voltar
e avança pra dentro do gol!

Seus pés,
mais rápidos que tudo,
sagram o homem
em seu instante de glória.

26/05/2003 – 18h11



20
LÉ COM LÉ
Futebol é uma caixinha de surpresas.
Benjamim Wright

Se você me perguntar
por que futebol dá certo
mesmo quando dá tudo errado,
eu respondo: não é pra entender.
E quando é pra dar certo
e dá errado, o que se pode dizer?
É o único jogo
em que o melhor pode perder.,
mesmo jogando direito.
Futebol é, antes de tudo, saga.
Um jogo de cada vez.
E quem assiste, se pergunta:
como pode hipnotizar tanto,
se é só um jogo de bola?
Não, é muito mais:
são homens jogando.

26/05/2003 – 18h26



21
COMEÇANDO
Todo brasileiro entende a alma da bola.
Gilberto Gil

– Vamos começar pelo começo.
– Como é que é?
– Você passa para mim e eu faço o gol.
– Nada disso. Quem faz o gol sou eu.
Tu joga pra mim que eu cravo no goleiro, certu?
– Pó deixá, mermão, tá maneiro!

(Só pra bom entendedor).

26/05/2003 – 18h27



22
SÓ VALE O FUTEBOL
Bem-aventurados os que não entendem
nem aspiram a entender de futebol,
pois deles é o reino da tranqüilidade.

Carlos Drummond de Andrade

Fim de jogo.
Festa do vencedor.

Corações batem forte.
Ergue-se a taça do campeão.

Onze em campo vezes dois: vinte e dois.
É o começo de tudo.

O juiz apita, fim de jogo,
e a vida continua.

O primeiro e o último instante
são únicos.

Aqui só vale o futebol!

26/05/2003 – 18h36

Foto de Rômulo Fritscher

CORRESPONDÊNCIA

Você vai acabar substituindo o João Saldanha.
Luiz Carlos Schroeder

Tem gente se espantando com meu surto futebolístico, eu que nem sou entendida em futebol e justamente por ser tão inocente em campo posso falar. A metáfora com o futebol é uma constante. O jogo da vida espelha a arte. A arte da bola como a arte de enfrentar dragões. Estamos sempre em campo, seja pela bola, seja pela vida.
Thereza Christina

Saudades daqueles tempos (eu era feliz e não sabia). A metáfora no poema ficou muito clara. Como já te disse, você maneja as palavras com elegância, estilo, força.
Luiz Eduardo

Seu poema me humilhou, pois sou fanático por futebol e só escrevi um poema sobre o tema (“De tabela”, in As Tábuas do Sol e “Solos do Silêncio”, in Poesia Reunida), sobre Zico e Sócrates. Seu poema está à altura daquele de João Cabral sobre Ademir da Guia. Grato pela luz de teu texto e pelo brilho de teus olhos de torcedora.
José Nêummane, leitor e súdito

Nêumanne,
você não escreveu, mas inspirou. Às vezes, para escrever sobre algo, é preciso não ser tão fanático, estar um pouco mais longe para enxergar com tento, calma e paciência. Se a vida inteira me furtei de dizer o que pensava sobre isso, o que direi agora que me deu vontade? Grata pelo elogio. Fico feliz que tenha gostado tanto.
Thereza Christina

Isso é muito lindo. Vamos tentar dar um jeito de publicar isso (A metáfora do Homem) em um jornal esportivo, dar um toque poético ao clássico esporte bretão.
Luís Bastos

O torcedor não torce, mas foi tempo que o romantismo imperava no futebol, no coração de nossa alma torcedora. Hoje, só vaiamos. Vaiamos o jogador perna-de-pau com salário de craque. O futebol do torcedor acabou, afogado na corrupção. Mas mesmo assim, viva o Fluminense campeão do século (um campeão secular merece um poema). Mas o que queria dizer mesmo é que estou feliz com seus poemas que me chegam. Eles não são deletados, ficam morando aqui. Não pare de tocar sua trombetinha poética. Estou cá a escutar. Saudações tricolores.
Hygino Vieira

Lindo poema, Thereza. E essa seleção, hein? Um vexame! Nêgo só sabe dar chutões pra frente. Tá ruço! Ou melhor, tá Brasil!
Mano Melo

Oi, Thereza, você escreveu este poema em homenagem à ridícula seleção brasileira? Concordo com você, falta muita coisa – para aqueles jogadores e técnico que só sabem fazer faltas! Acho que os poetas precisam fazer algo a respeito!
Renato Rezende

Gostei muito, Thereza Christina. Vou guardar aqui o seu poema (A metáfora do homem). Obrigado. Um abraço do
Fernando Calazans

A reação do pessoal é ótima. Engraçado, você não entende de futebol, mas parece viver o futebol. Continue, que será um resultado novo.
Moacir Amâncio

Viva o Fluminense acima de tudo! Estive ontem no Maracanã. É sempre uma maravilha.
Luís Bastos

Legal. Você gosta muito de futebol, não é?
Margarida Reimão

Sobre a “redondinha”, esta foi a mais maravilhosa de todas! Goooool!
Silvia Bagrichevsky

Obrigado pelo poema, você continua no ataque! Seus poemas futebolísticos são alegres! Boa notícia: o livro será resenhado.
Moacir Amâncio

Você é a minha colunista de futebol preferida.
Antonio Maria Filho

Thereza! Faz um pro meu Bangu, lá tinha Castor, tem presídio, tem tráfico, teve grandes craques...
Luiz Carlos Schroeder

Eu sei onde o homem termina. Termina onde acaba, como diria Dom Abelardo Barbosa I.
José Nêumanne

Existem vários livros sobre o folclore do futebol, mas alguns são autênticas pérolas... Tem coisas do tipo o falecido Nelson Rodrigues jurando que viu o idem José Guilherme Merquior lendo Ulisses, de James Joyce, em pleno Maracanã, num domingo à tarde, em dia de Fla-Flu, e que só levantava a cabeça quando a massa humana, que ele ali também compunha, se contorcia... O futebol brasileiro tem em Neném Prancha o seu maior filósofo. E não é nenhum personagem do Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto). Existiu mesmo! Era massagista... Uma vez, um jogador foi dar uma bicicleta (jogada inventada pelo Zizinho, que dizem ter sido melhor que o Pelé...), aquela que o jogador vira ao contrário, com os pés pro ar e... Pum! Deu de cabeça no chão. O Neném foi lá massagear o cara e falou: “Meu filho! Você já não joga muito bem de cabeça pra cima, imagina então de cabeça pra baixo!” E por aí vai...
João de Abreu Borges

Juca Kfouri tem um programa na CBN no qual ele divulga artes relacionadas com o esporte em geral (não só futebol): livros, músicas, filmes, exposições etc. Gostei bastante do Tiro de Meta. Obrigado. Valeu.
Marco Antonio Rocha

Teus poemas sobre futebol têm verve, graça, qualidade.
José Nêumanne

Li “Os gols”: você está fazendo da simplicidade cantante sua poética.
Moacir Amâncio

Não precisa agradecer pela epígrafe, é toda sua. O que me surpreendeu é ver em você uma poeta do futebol. Digo, surpresa, em relação às suas poesias que tenho (ótimas, ótimas) recebido sempre, líricas. Técnica e conhecimento, com certeza, sobram em você. O tema do esporte em geral, do futebol em particular – nós brasileiros – me é extremamente instigante. Temos tanto futebol e tão pouca literatura em relação a ele. Vale a pena.
Pedro Du Bois

Parabéns. Seus poemas emocionam. São escritos com o coração – como sempre acontece com o que de melhor é escrito. É para quem gosta de futebol e de bela poesia – o que, às vezes, é exatamente a mesma coisa. Sim, estamos felizes por causa do futebol. Mais uma vez. Que poder é esse que o futebol tem de nos deixar assim? Acho que é por meio da arte – arte como a sua – que talvez, um dia, encontraremos a resposta. E se não a encontrarmos, poderemos, por meio arte da arte, pelo menos render às justas homenagens a algo que mexe tão profundamente com as nossas almas. Aguardo com ansiedade o lançamento do seu livro. (E em que momento maravilhoso acontecerá a sua publicação! Na hora certa – em todos os sentidos e para todos os efeitos!)
Cláudio Lovato Filho, autor de Na Marca do pênalti, Editora 34, 2002

Adorei o poema sobre o Fluzão/Romário. Fui ao Maraca outra vez. Agora, minhas obrigações clubísticas voltaram a ser religiosas; segundo Nelson Rodrigues, nem a morte exime um Tricolor das suas.
André Gardel

Apenas antológico é pouco para definir “Os Gols”, cuja última estrofe é, digamos, definitiva.
José Nêumanne Pinto

Nada há de incompatível entre futebol e poesia, entre vida e poesia... Vá em frente... Quero ver os outros poemas, claro! E como você não “entende”, isso mesmo, tem tudo para escrever.
Moacir Amâncio

Como diria Nelson Rodrigues, seus poemas já estavam escritos há dez mil anos! Parabéns pela destreza ao lidar com a maior paixão popular brasileira. Futebol-arte, ídolos & títulos, poesia campeã. Com efeito, aprendi que tiro de meta é coisa de poeta.
Jorge Ventura

Vamos todos, pra frente, Thereza, salvar a Seleção. De repente, é aquela corrente de poetas pra frente, parece que toda a poesia deu a mão, salve a Seleção! Mas se o nosso futebol não puder ser salvo, pelo menos a poesia tem a ganhar com isso.
Nei Leandro de Castro

Thereza Christina Rocque da Motta, nasceu em São Paulo, em 1957. É poeta, editora e tradutora. Trabalhou como chefe de pesquisa da primeira edição brasileira do Guinness – O Livro dos Recordes (Editora Três, 1992). Publicou Relógio de Sol (1980), Papel Arroz (1981), Joio & trigo (1982, 1983, 2004), Areal (1995), Sabbath (1998), Alba (2001), Chiaroscuro – Poems in the dark (2002), Lilacs/Lilases (edição bilíngüe, 2003), Rios (2003), Marco Polo e a Princesa Azul (2007), O mais puro amor de Abelardo e Heloísa (2009), Futebol e mais nada: um time de poemas (2010) e o pôster-poema, Décima lua (1983). Traduziu romances para diversas editoras entre elas Prestígio, Moderna, Rosa dos Tempos, Lacerda e Manole, e poemas de Anne Morrow Lindberg, Keats, Shelley, Poe, Byron, Yeats, Eliot, Durrell e Shakespeare (44 Sonetos escolhidos, Ibis Libris, 2006 e 154 Sonetos, Ibis Libris, 2009). Entre seus livros inéditos estão Amor e Asa, Colombo e Isabel, Estio, Folias, Gesta, Horizontes, Lázuli, Let’s, Odysseus & O Livro de Pandora, Olhar Flamingo, O Viajante, Pares/Pairs, Shakespearianas, Shell to the Sea, Uno, Walk in Beauty. Hoje vive no Rio de Janeiro e coordena o evento Ponte de Versos desde setembro de 2000. Participou do 2o. Encontro Internacional de Escritoras, em Rosário, Argentina, em agosto de 2000 e três vezes da Conference on World Affairs, na Universidade do Colorado, em Boulder, EUA, em 2002, 2003 e 2005. Fundou a Ibis Libris em 2000.